terça-feira, 1 de julho de 2008

3º Colegial - Grande sertão: veredas

Grandre Sertão: Veredas - Guimarães Rosa
Grande Sertão :Veredas - travessia que Riobaldo, narrador-personagem, faz em suas memórias a fim de narrar suas vivências a um "senhor" durante três dias. Travessia que Guimarães Rosa faz através do caráter insólito e ambíguo do homem, tornando uma experiência individual (Riobaldo ) em caráter universal - "o sertão é o mundo".

A primeira parte do romance (até aproximadamente à página 80), Riobaldo faz um relato "caótico" e desconexo de vários fatos (aparentemente sem relações entre si ), sempre expondo suas inquietações filosóficas (reflexões sobre a vida, a origem de tudo, Deus, Diabo, ...) -Eu queria decifrar as coisas que são importantes. E estou contando não é uma vida de sertanejo, seja se fôr jagunço, mas a matéria vertente. "O discurso ambivalente de Riobaldo (...) se abre a partir de uma necessidade, verbalizada de maneira interrogativa". No entanto, há uma grande dificuldade em narrar e organizar seus pensamentos : Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que se já passaram. Mas pela astúcia que tem certas coisas passadas - de fazer balancê, de se remexerem dos lugares. É o compadre Quelemém de Góis que lhe socorre em suas dúvidas, mas não de forma satisfatória, daí a sua necessidade de narrar.

A partir da página 80, Riobaldo começa a organizar suas memórias. Fala da mãe Brigi, que o obrigava à esmolação para a paga de uma promessa. É nessa ocasião, à beira do "Velho Chico", que Riobaldo se encontra pela primeira vez com o garoto Reinaldo, fazendo juntos uma travessia pelo rio São Francisco. Riobaldo fica fascinado com a coragem de Reinaldo, pois como este afirma : "sou diferente (...) meu pai disse que eu careço de ser diferente (...). A mãe de Riobaldo vem a falecer, sendo ele levado à fazenda São Gregório, de seu padrinho Selorico Mendes. É lá que Riobaldo toma contato com o grande chefe Joca Ramiro, juntamente com os chefes Hermógenes e Ricardão. Selorico Mendes envia o seu afilhado ao Curralinho, a fim de que tivesse contato com os estudos. Posteriormente, assume a função de professor de Zé Bebelo (fazendeiro residente no Palhão com pretensões políticas. Zé Bebelo, querendo pôr fim aos jagunços que atuavam no sertão mineiro, convida Riobaldo a participar de seu bando. Riobaldo troca as letras pelas armas. É desse ponto que começa suas aventuras pelo norte de Minas, sul da Bahia e Goiás como jagunço e depois como chefe.


O bando de Zé Bebelo faz combate com Hermógenes e seus jagunços, onde este acaba por fugir. Riobaldo deserta do bando de Zé Bebelo e acaba por encontrar Reinaldo ( jagunço do bando de Joca Ramiro), ingressando no bando do "grande chefe". A amizade entre Riobaldo e Reinaldo acaba por se tornar sólida , onde Reinaldo revela o seu nome - Diadorim - pedindo-lhe segredo. Juntamente com Hermógenes , Ricardão e outros jagunços , combate contra as tropas do governo e de Zé Bebelo .

Depois de um conflito com o bando de Zé Bebelo, o bando liderado por Hermógenes fica acuado, acabando-se por se separar , reunindo-se posteriormente. O chefe Sô Candelário acaba por integrar-se ao bando de Hermógenes , tornando-se líder do bando até o encontro com Joca Ramiro . Nessa ocasião , Joca Ramiro presenteia Riobaldo com um rifle , em reconhecimento à sua boa pontaria (a qual lhe faz valer apelidos como "Tatarana" e "Cerzidor") . O grupo de Joca Ramiro acaba por se dividir para enfrentar Zé Bebelo , conseguindo capturá-lo . Zé Bebelo é submetido a julgamento por Joca Ramiro e seus chefes - Hermógenes , Ricardão, Só Candeário , Titão Passos e João Goanhá - acabando a ser condenado ao exílio em Goiás .


Depois do julgamento, o bando do grande chefe se dispersa, Riobaldo e Diadorim acabam por seguir o chefe Titão Passos. Posteriormente, o jagunço Gavião-Cujo vai ao encontro do grupo de Titão Passos para informar a morte de Joca Ramiro, que foi assassinado à traição por Hermógenes e Ricardão ("os judas"). Riobaldo fica impressionado com a reação de Diadorim diante da notícia. Os jagunços se reúnem para combaterem os judas .


Por essa época , Riobaldo tem um caso com Nhorinhá (prostitutriz), filha de Ana Danúzia. Conhece Otacília na fazenda Santa Catarina, onde tem intenções verdadeiras de amor. Diadorim, em determinada ocasião, por ter raiva de Otacília, chega a ameaçar Riobaldo com um punhal.

Medeiro Vaz junta-se ao bando para a vingança, assumindo a chefia. Inicia-se a travessia do Liso do Sussuarão. O bando não agüenta a travessia e acaba por retornar. Medeiro Vaz morre. Zé Bebelo retorna do exílio para ajudar na vingança contra os judas, tomando a chefia do bando.

Por suas andanças, o bando de Zé Bebelo chega à fazenda dos Tucanos, onde são encurralados por Hermógenes. Momentos de grande tensão. Zé Bebelo envia dois homens para informarem a presença de jagunços naquele local. Riobaldo desconfia de uma possível traição com esse ato. O bando de Hermógenes fica acuado pelas tropas do governo e os dois lados se unem provisoriamente para escaparem dos soldados . Zé Bebelo e seus homens fogem à surdina da fazenda, deixando os hermógenes travando combate com os soldados. Riobaldo oferece a pedra de topázio a Diadorim, mas este recusa, até que a vingança tenha sido consumada .

Os bebelos chegam às Veredas-Mortas. É um dos pontos altos do romance, onde Riobaldo faz o pacto com o Diabo para vencerem os judas. Riobaldo acaba assumindo a chefia do bando com o nome de "Urutu-Branco"; Zé Bebelo sai do bando. Riobaldo dá a incumbência a "seô Habão" para entregar a pedra de topázio a Otacília, firmando o compromisso de casamento. O chefe Urutu-Branco acaba por reunir mais homens ( inclusive o cego Borromeu e o menino pretinho Gurigó).

À procura dos hermógenes, fazem a penosa travessia do Liso do Sussuarão, onde Riobaldo sofre atentado por Treciano, que é morto pelo próprio chefe. Atravessado o Liso, Riobaldo chega em terras baianas, atacando a fazenda de Hermógenes e aprisionando sua mulher . Retornam aos sertões de Minas, à procura dos judas. Encurralam o bando de Ricardão nos Campos do Tamanduá-tão, onde o Urutu-Branco mata o traidor. Encontro dos hermógenes no Paredão. Luta sangrenta. Diadorim enfrenta diretamente Hermógenes, ocasionando a morte de ambos. Riobaldo descobre então que Diadorim se chama Maria Deodorina da Fé Bittancourt Marins, filha de Joca Ramiro.


Riobaldo acaba por adoecer (febre-tifo). Depois de se restabelecer, fica sabendo da morte de seu padrinho e herda duas fazendas suas. Vai ao encontro de Zé Bebelo, o qual o envia com um bilhete de apresentação a Quelemém de Góis : Compadre meu Quelemém me hospedou , deixou meu contar minha história inteira. Como vi que ele me olhava com aquela enorme paciência - calma de que minha dor passasse; e que podia esperar muito longo tempo. O que vendo, tive vergonha, assaz .Mas , por fim , eu tomei coragem , e tudo perguntei:-"O senhor acha que a minha alma eu vendi , pactário?! "Então ele sorriu, o pronto sincero, e me vale me respondeu :
-"Tem cisma não. Pensa para diante. Comprar ou vender, às vezes, são as ações que são as quase iguais ..."(...)Cerro. O senhor vê. Contei tudo. Agora estou aqui, quase barranqueiro. (...) Amável senhor me ouviu, minha idéia confirmou: que o Diabo não existe. Pois não? O senhor é um homem soberano , circunspecto. Amigos somos. Nonada. O diabo não há! É o que eu digo, se fôr ... Existe é homem humano. Travessia.


- Linguagem Em Grande Sertão:

Veredas, Guimarães Rosa faz uma recriação da linguagem , "recondicionando-a inventivamente, saindo do lugar-comum a fim de dar maior grandeza ao discurso. Nu da cintura para os queixos (ao invés de nu da cintura para cima) e ainda Não sabiam de nada coisíssima (no lugar de não sabiam de coisa nenhuma) constituem exemplos do apuramento da linguagem roseana.


Toda a narrativa é marcada pela oralidade (Riobaldo conta seus casos a um interlocutor), portanto, sem possibilidades de ser reformulado, já que é emitido instantaneamente. Ainda tem-se as dúvidas do narrador e suas divagações, onde é percebido a intenção de Riobaldo em reafirmar o que diz utilizando a própria linguagem .


O falar mineiro associado a arcaísmos, brasileirismos e neologismos faz com que o autor de Sagarana extrapole os limites geográficos de Minas. A linguagem ultrapassa os limites "prosaicos" para ganhar dimensão poético-filosófica (principalmente ao relatar os sentimentos para com Diadorim ou a tirar conclusões sobre o ocorrido através de seus aforismos).


- Aforismos
1. Viver é muito perigoso
2. Deus é paciência
3. Sertão. O senhor sabe : sertão 'onde manda quem é forte , com as astúcias .
4. ...sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar .
5. ...toda saudade é uma espécie de velhice
6. Jagunço é isso . Jagunço não se escabreia com perda nem derrota - quase tudo para ele é o igual.
7. Deus existe mesmo quando não há . Mas o demônio não precisa de existir para haver .
8. Viver é um descuido prosseguido .
9. sertão é do tamanho do mundo
10. Vingar , digo ao senhor : é lamber , frio , o que o outro cozinhou quente demais .
11. Quem desconfia , fica sábio .
12. Sertão é o sozinho .
13. Sertão : é dentro da gente .
14. ...sertão é sem lugar .
15. Para as coisas que há de pior , a gente não alcança fechar as portas .
16. Vivendo , se aprende ; mas o que se aprende , mais , é só a fazer outras maiores perguntas .
17. ...amor só mente para dizer maior verdade .
18. Paciência de velho tem muito valor .
19. Sossego traz desejos .
20. ... quem ama é sempre muito escravo , mas não obedece nunca de verdade .

- Estrutura de NarrativaI -
TEMPO Psicológico . A narrativa é irregular ( enredo não linear), sendo acrescidos vários casos pequenos.
II - FOCO NARRATIVO Primeira pessoa - narrador-personagem - utilizando-se do discurso direto e indireto livre.
III - ESPAÇO A trama ocorre no sertão mineiro (norte) , sul da Bahia e Goiás . No entanto , por se tratar de uma narrativa densa , repleta de reflexões e divagações , ganha um caráter universal - "o sertão é o mundo".
IV PERSONAGENS· PRICIPAL:
Riobaldo : personagem-narrador que conta sua estória a um doutor que nunca aparece. Riobaldo sente dificuldades em narrar, seja por sua precariedade em organizar os fatos , seja por sua dificuldade em entendê-los. Relata sua infância, a breve carreira de professor (de Zé Bebelo ), até sua entrada no cangaço (de jagunço Tatarana a chefe Urutu-Branco), estabelecendo-se às margens do São Francisco como um pacato fazendeiro.·

SECUNDÁRIOS: Diadorim: é o jagunço Reinaldo, integrante do bando de Joca Ramiro. Esconde sua identidade real (Maria Deodorina) travestindo-se de homem. Sua identidade é descoberta ao final do romance, com sua morte.
Zé Bebelo: personalidade com anseios políticos que acaba por formar bando de jagunços para combater Joca Ramiro. sai perdedor, sendo exilado para Goiás e acaba por retornar com a morte do grande chefe para vingar o seu assassinato.
Joca Ramiro: é o maior chefe dos jagunços, mostrando um senso de justiça e ponderação no julgamento de Zé Bebelo, sendo bastante admirado .
Medeiro Vaz : chefe de jagunços que se une aos homens de Joca Ramiro para combater contra Hermógenes e Ricardão por conta da morte do grande chefe .
Hermógenes e Ricardão: são os traidores, sendo chamados de "judas", que acabam por matar Joca Ramiro. Muitos jagunços acreditavam que Hermógenes havia feito o pacto com o Diabo .
Só Candelário: outro chefe que ajuda na vingança. Possuía grande temor de contrair lepra.
Quelemém de Góis: compadre e confidente de Riobaldo, que o ajuda em suas dúvidas e inquietações sobre o Homem e o mundo.


· AS TRÊS FACES AMOROSAS DE RIOBALDO:
Nhorinhá : prostituta, representa o amor físico. O seu caráter profano e sensual atrai Riobaldo, mas somente no aspecto carnal.

Otacília: contrária a Nhorinha , Riobaldo destina a ela o seu amor verdadeiro (sentimental). É constantemente evocada pelo narrador quando este se encontrava desolado e saudoso durante sua vida de jagunço. Recebe a pedra de topázio de "seô Habão", simbolizando o noivado.

Diadorim : representa o amor impossível, proibido. Ao mesmo tempo em que se mostra bastante sensível com uma bela paisagem, é capaz de matar a sangue frio. É ela que causa grande conflito em Riobaldo, sendo objeto de desejo e repulsa (por conta de sua pseudo identidade).

1º Colegial: Quinhentismo

COLÉGIO INTERATIVO
LITERATURA
ENSINO MÉDIO
PROFESSORA DANIELLE MEDICI
COLÉGIO INTERATIVO
n LITERATURA DE INFORMAÇÃO

n A Carta a EL-rei d.Manuel é o primeiro de uma serie de textos sobre o Brasil, é um real registro do nascimento do Brasil. Nela são contados os primeiros contatos entre portugueses e nativos, as primeiras povoações em terras brasileiras, que não fossem índios,mas sim europeus. São obras escritas nesta época, quase sempre sem intenções artísticas,o objetivo delas eram informar a sociedade européia como estava sendo o trabalho e vida nas colônias recém-descobertas. Eram de grande importância porque registravam as condições de vida e a mentalidade dos primeiros colonizadores e habitantes das novas terras. Por isso que estes textos passaram a ser chamados de Literatura informativa sobre o Brasil. Além disso houve também a literatura dos jesuítas, esta com um objetivo mais religioso.
COLÉGIO INTERATIVO
n Os autores de destaque foram:

n Pero Vaz de caminha e Padre José de Anchieta.

n Muitos são as histórias dos viajantes que compararam o Novo Mundo ao Paraíso. Américo Vespúcio, que esteve no Brasil em 1503, Cristóvão Colombo, que foi o descobridor da América, e outros navegantes que escreveram cartas aos papas relatando terem encontrado o “Paraíso terreal”.

n Diferentes dos europeus colonizadores, os índios que viviam naquela região não tinham as doenças graves dos brancos, e nem conheciam a noção do pecado, eles viviam livres em suas terras em um regime de igualdade, comunhão de bens e decisões comunitárias.
COLÉGIO INTERATIVO
n A carta de pero Vaz de Caminha possui um grande valor histórico, mas um duvidoso valor literário já que sua carta teve o objetivo de informar a situação encontrada na nova terra.
Os dois grandes interesses presentes na carta de Caminha são:
- Interesse material (ouro e prata).
- Interesse espiritual (catequese dos índios).
- Descrição da flora, fauna e a geografia tanto dos nativos, como da própria terra.


n Agora tem-se alguns trechos da “carta a El-rei Dom Manuel”, por Pero Vaz de Caminha:

“E neste dia, a hora de véspera, houvemos vista de terra, isto é, primeiramente d’um grande monte, mui alto e redondo, e d’outras serras mais baixas a sul dele e de terra chã com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs nome o Monte Pascoal e a terra a terra de Vera Cruz.

E dali houvemos vista d’homens, que andavam pela praia, de 7 ou 8, segundos os navios pequenos disseram, por chegarem primeiro.(...) A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como tem em mostrar o rosto.


O capitão, quando eles vieram, estavam assentado em uma cadeira e uma alcatifa aos pés por estrado, e bem vestidos, com um colar d’ouro mui grande ao pescoço. (...)Um deles, porém, pôs olho no colar do capitão e começou d’acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizia que havia em terra ouro. E também viu um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e então para o castiçal, como que havia também prata.

E uma daquelas moças era toda tinta, de fundo a cima, daquela tintura, a qual, certo, era tão bem feita e tão redonda a sua vergonha, que ela não tinha, tão graciosa, que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhes tais, feições, fizera vergonha, por não terem a sua como ela.

Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem nenhuma cousa de metal, nem de ferro; nem olho vimos. A terra, porém, em si, é de muito bons ares, assim frios e temperados como os d’Antre Doiro e Minho, porque neste tempo d’agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas, infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem. Mas o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.”

COLÉGIO INTERATIVO
n A literatura Quinhentista foi uma continuação da literatura portuguesa.
n A literatura dos viajantes está baseada nas cartas, crônicas, relatório, documentos, enviados pelos padres, colonos, viajantes e aventureiros que falaram da flora, da fauna, da geografia e dos usos e costumes dos índios.
n Os colonizadores portugueses esperavam encontrar no Brasil as mesmas condições que os tornaram ricos com a exploração das índias. Os europeus ainda tinham em mente o mito do “Eldorado, a cidade de ouro”, uma região de incríveis riquezas, onde haveria pouco trabalho braçal e muito lucro. Este tipo de pensamento fez com que o colonizador português não se apegasse a terra e com isso o tratamento dado a ela foi de maneira agressiva, com o único objetivo de tirar toda a riqueza dela, sem medir as conseqüências. O pensamento do colonizador era somente um: enriquecer logo para poder voltar para Portugal rico.
COLÉGIO INTERATIVO
n A princípio no Brasil a fonte de renda para os colonizadores era o pau-brasil, embora tivesse um importante valor no mercado de negócios, não chegava a se igualar aos preciosos recursos do Oriente. Somente em 1532, aproveitando-se do preço compensador do açúcar, os portugueses iniciaram o cultivo do açúcar em terras brasileiras, auxiliados pelo trabalho escravo. No entanto, a Carta e os outros textos produzidos no início da colonização queriam apenas enaltecer exageradamente a terra e a fertilidade do solo, sem na verdade ter uma real analise da situação. Esse tipo de pensamento em relação ao Brasil sempre contribuiu para certos para equívocos prejudiciais que atrasaram o desenvolvimento da região. No Brasil ou em qualquer outro lugar, sempre será necessário muito trabalho, esforço e planejamento, só assim “dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem”, como escreveu Pero Vaz de Caminha em sua carta a D.Manuel.
COLÉGIO INTERATIVO
n Além da Carta, os seguintes textos informativos foram de destaque:

n - Tratado da terra do Brasil (1570?) e Historia da Província de Santa Cruz a que vulgarmente foi chamada de Brasil (1576), de Pero Magalhães Gandavo;

n - Tratado descritivo do Brasil (1587), de Gabriel Soares de Sousa;

n - Diálogos das grandezas do Brasil, escrito em 1618 por Fernandes Brandão.

n São encontrados nas obras da literatura informativa, muito elementos que mais tarde vieram a servir para dar uma base para compor o indianismo de Gonçalves Dias, José de Alencar, Gonçalves de Magalhães e outros escritores do romantismo.
COLÉGIO INTERATIVO
n LITERATURA DOS JESUÍTAS

n A carta que o padre Manuel da Nóbrega escreveu, descrevendo a chegada da primeira missão jesuítica no Brasil, por ele chefiada, em 1549, inaugurou a literatura informativa dos jesuítas no Brasil, já que eles contribuíram em muito nesta parte da literatura.

n O maior representante deste tipo de literatura entre os jesuítas foi o padre José de Anchieta.

n José de Anchieta (1534-1597) nascido numa das ilhas Canárias e chegou ao Brasil em 1553; assim que chegou colaborou com Manuel da Nóbrega na fundação de um colégio em Piratininga, vilarejo que daria origem a cidade de São Paulo.

n Além disso, ele escreveu cartas, sermões, poesias e peças teatrais, utilizou os idiomas: latim, Tupi e português, em suas obras onde teve uma grande influência missionária.
COLÉGIO INTERATIVO
n POESIA

n Anchieta utilizava em suas poesias as antigas medidas, ou seja, versos de cinco ou sete sílabas nos cancioneiros medievais. Anchieta também escreveu poemas de sentido religioso, com versos fáceis de serem cantados em cerimônias da igreja. Na verdade eram poesias essencialmente ingênuas, com conteúdo simples, mas direto, sem muita complexidade para poder ser bem aceito e entendido na sociedade européia, pois era ela que patrocinava as expedições e viagens.

n TEATRO

n Também com a intenção de catequizar os índios, impor os conceitos europeus a eles, Anchieta foi o introdutor do teatro no Brasil. Suas peças seguiam as tradições dos teatros medievais, principalmente tendo como modelo os autos de Gil Vicente.
COLÉGIO INTERATIVO
n O Auto de São Lourenço é a obra mais importante delas: é uma peça trilíngue , porque abrangeu três idiomas:Castelhano, Tupi, português. Também teve a dança cantada, onde o tema predominante foi a luta de São Lourenço e São Sebastião contra os demônios, que infelizmente tinham nomes tupis como Guaixará e Amberê,com isso a cultura indígena passa a ser desvalorizada, pois os heróis eram santos conhecidos e adorados pelos europeus,mas os vilões tinham origens na cultura dos nativos. O objetivo disso era supostamente adaptar a visão catequética para a realidade indígena. Mas na realidade ser for bem analisado esta adaptação de visão serviu para transformar os índios( por acaso donos da terra) em vilões ou de inferiores aos brancos.

n A peça foi apresentada no pátio da Capela de São Lourenço, no Morro de São Lourenço, em Niterói (RJ), em 1583.